O dia findo com
as folhas de chá no fundo. Sol imerso com dois torrões doces na infusão marinha
da empatia gratuita. Homem e mulher ouvindo cair na ampulheta vazia a areia dos
seus castelos demolidos pelas ondas sem memórias, agora unidos na vastidão da
praia. Suas pedras de sapato esmigalhadas, desfeitas em anonimidade: problemas
de qualquer outro. Os cílios, descortinando dos olhos, piscam o compasso da
música estática de um tempo que não passa. Braços dados, doados na verdade,
dançam quietos nos ombros dos desconhecidos que se amam desde nunca. Almas sem
carteira de identidade ganham três-por-quatro horas sem nomes, história muda. Companhia
no conforto do silêncio por um único dia — porque sempre era muito pouco.
Um comentário:
li de um só fôlego.
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